Raquel Pacheco Neves
Raquel Pacheco Neves
20 Out, 2016 - 07:00

Tudo sobre vacinas para grávidas

Raquel Pacheco Neves

Em 2017 inicia-se a administração das vacinas para grávidas contra a tosse convulsa, tétano e a difteria.

Tudo sobre vacinas para grávidas

As vacinas para grávidas têm como objetivo geral evitar que a gestante contraia certa doença ou, se a contrair, que tenha uma resposta do organismo menos exacerbada. Mas algumas vacinas são seguras durante a gravidez, outras não. 

A vacinação das mulheres na fase da gravidez deve ter sempre em conta o risco de doença e a proteção contra uma circunstância em particular. A preocupação fundamental deve ser a segurança do embrião e/ou feto e os potenciais riscos para a mãe.

De forma a eliminar as complicações para o bebé e para a mãe, a grande maioria das vacinas para grávidas devem ser administradas somente antes ou depois da gravidez. Contudo, existem situações em que a administração de vacinas poderá estar indicada durante a gravidez:

  • No caso da hepatite B e no caso da vacina contra a gripe sazonal. Estas vacinas devem ser administradas caso o médico assistente assim o entenda, de acordo com a história clínica da grávida.
  • As vacinas contra a poliomielite, pneumocócica, meningocócica, hepatite A e raiva devem apenas ser administradas em casos muito especiais, quando a grávida é exposta à doença ou quando está em situação de risco. Pois nestes casos a proteção contra doença supera o risco teórico da vacina.


Novidades nas vacinas para grávidas

Existe uma mudança que contempla uma vacina para grávidas constante no Plano de Vacinação Nacional. A vacinação das grávidas contra a tosse convulsa. Tem como objetivo a proteção das crianças, até estas poderem ser vacinadas, a partir dos 2 meses de idade. Os anticorpos da mãe vacinada passam através da placenta. Como o bebé mantém os anticorpos adquiridos através da mãe, aos dois meses de idade já pode ser vacinado e fica completamente imune à tosse convulsa.

A tosse convulsa, também conhecida por pertussis, é uma infeção extremamente perigosa nos bebés com menos de 6 meses, mas é rara nos países desenvolvidos.

 “Através da placenta há uma passagem de anticorpos da mãe para o filho, a chamada imunidade passiva, e que desaparece quando eles começam a ser vacinados”, defendeu a Subdiretora Geral de Saúde, no momento da apresentação pública do plano nacional de vacinação de 2017. 

Muito recentemente, o plano sofreu uma adenda e, segundo a Direção Geral de Saúde, “recomenda-se a vacinação durante a gravidez  com uma dose de vacina combinada contra a tosse convulsa, o tétano e a difteria, em doses reduzidas (Tdpa), entre as 20 e as 36 semanas de gestação, idealmente até às 32 semanas. A vacinação deve ocorrer após a ecografia morfológica (recomendada entre as 20 e as 22 semanas + 6 dias).” 

Existem duas vacinas com autorização de introdução no mercado (AIM) em Portugal as vacinas Boostrix® e Triaxis® mas apenas a Boostrix® está a ser comercializada para já.

Veja também: