Share the post "COVID-19: 1 em cada 6 portugueses sente ansiedade com a pandemia"
Ter alguma ansiedade é natural, demasiada é um problema. A afirmação é da Ordem dos Psicólogos que destaca a COVID-19 como um dos principais fatores para o aumento dos casos de ansiedade que se tem vindo a verificar. Estima-se que, atualmente 1 em cada 6 portugueses sofra com esta problemática.
Quando é demasiado intensa, frequente e interfere com o dia-a-dia, a ansiedade torna-se num problema de Saúde Psicológica e Mental que causa mal-estar e tem consequências negativas nas diversas áreas da vida do indivíduo.
Como é sentir ansiedade?
A ansiedade reflete-se em cada pessoa de três formas distintas: corpo, pensamentos e comportamentos.
- Corpo: o coração começa a bater mais rapidamente, ocorrer falta de ar, tonturas, dores de barriga, tensão muscular e dores de cabeça.
- Pensamentos: a pessoa está constantemente preocupada com o presente e com o futuro; com a possibilidade de falhar ou desiludir os outros; ocorrem pensamentos negativos; e não consegue pensar noutras coisas.
- Comportamentos: dificuldade em dormir, em relaxar, em concentrar-se; evitam-se os encontros, pessoas ou locais ou situações difíceis; e ocorre sensação de irritabilidade.
Como gerir a ansiedade?
A Ordem dos Psicólogos deixa alguns conselhos:
- falar com alguém em quem confia;
- focar-se em ações que consegue controlar;
- realizar atividades físicas que lhe deem prazer;
- distrair-se com hobbies de que gosta, como desenhar, pintar, cozinhar ou ver uma série;
- escreva: colocar todos os pensamentos e sentimentos no papel;
- pedir ajuda de um profissional sempre que sentir que a situação está descontrolada.
COVID-19: como lidar com a ansiedade provocada pela pandemia
Perante o cenário de pandemia COVID-19 que vivemos e a necessidade de cumprir com todas as regras que nos foram impostas, são mais frequentes os sentimentos de ansiedade que acabam por ter consequências nefastas na vida pessoal e profissional de cada um.
A Ordem dos Psicólogos refere três passos para ajudar a controlar os níveis de ansiedade e a sentir-se mais calmo, tranquilo e no controlo da situação: aceitar, conhecer e enfrentar. Saiba o que fazer em cada uma destas etapas.
Aceitar
A ansiedade também tem uma parte boa e útil que é deixar-nos mais alertas e, nos tempos que correm, isso permite que sejam adotados comportamentos pró-sociais e pró-saúde fundamentais para nos manter em segurança e saudáveis.
Como tal, devemos aceitar que sentir ansiedade não é sinónimo de fraqueza ou inferioridade, pois qualquer pessoa, em qualquer momento da vida, pode se sentir ansioso. Deve ter em mente que é, contudo, uma situação temporária e que tudo irá melhorar.
Conhecer
A ansiedade tem efeitos no nosso corpo, que se manifestam física e psicologicamente, como já referimos, mas pode também afetar a nossa relação com os outros.
Como tal, conhecer bem o nosso corpo e interpretar os sinais que ele nos dá é fundamental para percebermos o que está a acontecer. Até porque é muito fácil deixarmo-nos levar pela avalanche de informação que recebemos a toda a hora, pelos números da pandemia, pelas regras novas constantes, pela necessidade passada de confinamento, pelos eventuais períodos de isolamento, pelo distanciamento social… São tantos os motivos relacionados com a COVID-19 que podem levar ao aparecimento de ansiedade.
Estar bem informado, saber em que fontes acreditar, respeitando as indicações das autoridades de saúde são questões fundamentais.
A Ordem dos Psicólogos recomenda ainda fazer uma lista com os seus receios e preocupações, identificando as situações que causam ansiedade e o grau de ansiedade com que as vivencia. Um exercício que até pode ser feito em família e, assim, ajudar também as crianças a enfrentar melhor esta situação.
Enfrentar
Depois de perceber o que está a acontecer consigo e por que motivos, então, há formas de enfrentar diferentes cenários.
- Concentre-se no aqui e agora, nas atividades que está a fazer.
- Identifique os pensamentos que o estão a perturbar e pergunte-se sobre a probabilidade de isso acontecer.
- Gaste energia apenas naquilo que pode controlar.
- Mantenha-se informado e atualizado, mas use apenas fontes oficiais de informação.
- Fale com amigos e familiares, partilhe com alguém o que está a sentir e como está a viver esta situação.
- Confie nas suas capacidades para lidar com situações difíceis – tal como seguramente já fez noutros momentos.
- Faça o que mais gosta de fazer e lhe dá prazer, seja desporto, cozinhar, ler, caminhar, escrever, arrumar.
- Em períodos de maiores restrições ou de eventuais isolamentos, ocupe o tempo a fazer coisas para as quais antes não tinha tempo.
- No final do dia pense nas coisas boas e positivas que viveu e dê-lhes o devido valor.
- Crie um espaço e um momento diário de relaxamento, seja tomar um banho, ouvir música, meditar, desenhar.
- Projete-se no futuro de forma positiva, pensando em como se irá sentir quando a pandemia terminar e valorize a sua capacidade de adaptação num período tão difícil. Encare esta experiência como uma oportunidade de crescimento individual e enquanto família.
Se os sentimentos de ansiedade e inquietação forem excessivos e persistentes, se se sentir completamente sobrecarregado e desgastado pelos mesmos, se forem sintomas persistentes ou que o impeçam de viver e de fazer a sua rotina diária, então, não tenha vergonha e peça ajuda de um psicólogo.
- Ordem dos Psicólogos – Fact Sheet Ansiedade
- Ordem dos Psicólogos – COVID-19: 3 passos para lidar com a ansiedade