Bárbara Vieira
Bárbara Vieira
26 Mar, 2019 - 15:00

Descubra como é que a fadiga crónica o pode afetar

Bárbara Vieira

A fadiga crónica é uma doença complexa, caraterizada pelo cansaço extremo, agravado pela atividade física ou mental, que não melhora com o descanso.

Descubra como é que a fadiga crónica o pode afetar

fadiga crónica, também conhecida pela síndrome da fadiga crónica ou por encefalomielite miálgica, é uma condição complexa que causa fadiga extrema, problemas de sono, dor e outros sintomas.

As pessoas com fadiga crónica sentem-se muito cansadas e exaustas a maior parte do tempo. O cansaço não melhora com o repouso e é frequentemente muito pior depois de pequenas quantidades de atividade física ou mental.

O impacto é significativo na vida quotidiana, porque pode impedir a maior parte das pessoas de realizar as suas atividades habituais. Tarefas anteriormente consideradas simples podem-se tornar árduas, e às vezes pode ser muito difícil até mesmo sair da cama. Algumas pessoas com sintomas graves não conseguem sair de casa por longos períodos.

Enquanto não há cura para a fadiga crónica, existem tratamentos para ajudar a aliviar os sintomas e auxiliar a pessoa a sentir-se melhor à medida que recupera.

Conheça os principais sintomas da fadiga crónica

fadiga crónica

Os sintomas mais comuns da fadiga crónica são:

  • Fadiga que não passa com descanso;
  • Alterações no sono;
  • Dor muscular ou articular inexplicável;
  • Perda de memória;
  • Alteração dos níveis de concentração;
  • Inflamação da garganta;
  • Nódulos linfáticos do pescoço e da axila inchados;
  • Dores de cabeça com padrão e gravidade diferentes do habitual;
  • Exaustão extrema que dura mais de 24 horas após o exercício físico ou mental.

Todos estes sintomas podem manifestar-se de forma leve ou grave. Podem aparecer e desaparecer em pouco tempo, ou podem durar semanas, meses ou anos. Também podem surgir com o tempo ou aparecer de repente.

Causas e fatores de risco

As causas da fadiga crónica são desconhecidas. Alguns peritos acreditam que possa ser desencadeada por uma combinação de fatores. Admite-se que é possível que algumas pessoas sejam geneticamente propensas a desenvolver esta síndrome ou que existem alguns fatores que podem contribuir para o seu aparecimento, tais como:

  • Uma infeção por vírus: cerca de uma em cada 10 pessoas com o vírus Epstein-Barr, o herpes vírus humano 6 e o vírus da leucemia do rato, desenvolvem fadiga crónica;
  • Um sistema imunológico debilitado;
  • Stress;
  • Desequilíbrios hormonais: níveis anormais de hormonas produzidas no hipotálamo, nas glândulas pituitárias e glândulas suprarrenais.

Fatores que podem aumentar o risco da fadiga crónica incluem:

  • Faixa etária dos 40 e 50 anos;
  • Sexo feminino (as mulheres são diagnosticadas com muito mais frequência do que os homens);
  • Stress;
  • Predisposição genética;
  • Alergias;
  • Fatores ambientais.

Complicações Possíveis

  • Depressão;
  • Isolamento social;
  • Ansiedade;
  • Restrições de estilo de vida.

Diagnóstico

fadiga crónica

Como nenhuma causa isolada foi identificada e, como muitas outras doenças produzem sintomas semelhantes à fadiga crónica, esta condição pode ser difícil de diagnosticar. Não existem testes laboratoriais que possam comprovar a existência desta doença.

O diagnóstico é baseado na exclusão: o médico deve primeiro descartar qualquer outra condição que possa estar a causar a fadiga e os sintomas relacionados.

Para o seu diagnóstico, a fadiga tem de:

  • Ser crónica e inexplicada;
  • Ser persistente ou recidivante e estar presente há seis meses ou mais;
  • Ser de início novo ou definido (ou seja, não foi ao longo da vida);
  • Não ser o resultado de esforço contínuo;
  • Não ser substancialmente aliviada pelo repouso;
  • Provocar uma redução substancial dos níveis anteriores de atividades;
  • A pessoa tem de ter pelo menos quatro dos nove sintomas já descritos.

Tratamento

Não há cura para a fadiga crónica. O tratamento concentra-se no alívio dos sintomas.

Cada pessoa tem sintomas diferentes, e cada uma pode beneficiar de diferentes tipos de tratamento, com o objetivo de controlar a doença e aliviar os seus sintomas.

Algumas dicas para aliviar os sintomas:

  • Mudar o estilo de vida;
  • Evitar o stress físico e psicológico excessivo;
  • Realizar exercício gradual e cuidadosamente aumentado até ao nível de tolerância;
  • Tratar os problemas psiquiátricos frequentemente relacionados, como a depressão e a ansiedade, através de medicação e/ou terapia comportamental;
  • Aprender a controlar a fadiga e os outros sintomas;
  • Despender tempo para fazer relaxamento regular;
  • Manter a rotina anterior o máximo possível;
  • Manter a atividade num nível uniforme;
  • Planear atividades que permitam conforto;
  • Praticar bons hábitos de sono;
  • Efetuar alongamentos, uma boa postura e exercícios de relaxamento;
  • Evitar alimentos que pareçam piorar os sintomas.

A maneira como esta doença decorre varia de pessoa para pessoa. Apesar do aumento nos esforços ao nível da pesquisa, a fadiga crónica continua a ser uma condição mal compreendida e sem cura. Habituar-se a esta síndrome pode ser sem dúvida um desafio. Provavelmente será necessário um esforço para efetuar grandes mudanças no estilo de vida para se adaptar à existência da fadiga crónica.

As perspetivas para as pessoas com fadiga crónica são variáveis. Embora muitos sintomas melhorem significativamente, muitos adultos não voltam a sentir-se exatamente como antes da doença e continuam a precisar de mais descanso do que antes.

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