Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
10 Out, 2023 - 10:39

A saúde mental e o desemprego: 4 dicas para viver melhor

Catarina Milheiro

O desemprego prejudica a saúde mental e, como tal, é necessário ficarmos atentos para que o nosso bem-estar se mantenha equilibrado.

Não há dúvidas de que a saúde mental e o desemprego estão diretamente relacionados. Aliás, o desemprego de longa duração parece mesmo ser uma das causas mais prováveis para o aparecimento de perturbações mentais.

A relação que existe entre o trabalho e a saúde mental tem vindo a ser discutida por várias pessoas em diversos âmbitos. E se por um lado ter um emprego tóxico pode impulsionar doenças mentais, como quadros de ansiedade ou até burnout, por outro, o desemprego também pode trazer riscos à saúde mental das pessoas.

No fundo, todos nos apercebemos daquele amigo ou familiar que ficou desempregado e passa os dias sozinho, sem muita esperança de encontrar um novo desafio que o coloque de novo a ser criativo e produtivo. E é precisamente nessas situações em que devemos estar mais atentos e tentar compreender como está a saúde mental da pessoa em questão.

Depressões, quadros de ansiedade e burnout, são condições bastante comuns sobretudo em pessoas que se encontram desempregadas por um longo período de tempo. Fique connosco. Saiba como lidar com o desemprego e proteja a sua saúde mental.

Saúde mental e desemprego: panorama geral em Portugal

Será que já paramos para refletir sobre o impacto do desemprego na saúde mental? Não é fácil quando perdemos o emprego, seja por que motivo for.

A verdade é que aprender a voltar ao mercado de trabalho pode ser uma tarefa especialmente difícil, sobretudo quando nos sentimos sem forças e desacreditados. Por vezes, a espera pode ser tão longa que a pessoa acaba por se sentir inútil, cada vez mais ansioso e claro, desesperado por razões económicas, físicas e mentais.

Quando ficamos muito tempo parados, sem estimularmos a nossa mente, o mais provável é que ela se comece a contrair e a ficar cada vez menos trabalhada. Como consequência, vamos sentir que não temos muito valor perante a sociedade e começamos a questionar tudo à nossa volta e nas nossas vidas.

Muitas vezes, é nestes momentos em que precisamos de pedir ajuda e tomar algumas decisões e mudanças nas atitudes para que seja possível sair dessa esfera negativa e atrair somente energias positivas.

Alguns dados sobre o desemprego em Portugal

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou as estimativas provisórias e a taxa de desemprego situou-se em 6,3% em julho (o mesmo valor registado no mês anterior).

Trata-se de um “valor idêntico ao de junho, inferior ao de abril do mesmo ano (0,2 pontos percentuais) e superior ao de julho de 2022”.

De facto, os dados do INE referem que em julho “a população desempregada (329,9 mil) diminuiu em relação ao mês anterior (1,0%) e a três meses antes (4,5%), tendo aumentado relativamente ao mês homólogo (6,4%)”.

O Instituto Nacional de Estatística publicou também as estimativas definitivas de emprego e desemprego relativas ao mês de junho. Os dados indicam que a taxa de desemprego se situou em 6,3%, valor inferior ao do mês anterior em 0,1 pontos percentuais e em 0,5 pontos ao de 3 meses antes (sendo superior em 0,3 pontos ao de um ano antes).

Os dados revelam ainda que a população desempregada em junho, se fixou em 333.300 – valor que representa uma descida de 1,4% em relação a maio de 2023 e de 7,5% relativamente a março do mesmo ano, tendo assim aumentado 7,7% por comparação com 1 ano antes.

4 dicas para lidar com a saúde mental e o desemprego

Encontrar maneiras para cuidar do seu bem-estar emocional é crucial para prevenir possíveis problemas relacionados com a sua saúde mental e com a situação de desemprego em que se encontra.

Assim, o importante é manter-se constantemente focado na procura de emprego sem perder as esperanças e a coragem. Por sabermos que este pode ser um momento difícil, reunimos algumas dicas simples, mas eficazes que o podem ajudar.

1.

Mantenha o contacto com amigos e família

Não descure das suas amizades nem dos momentos em família. Mantenha os seus relacionamentos ativos, uma vez que este tipo de atitude e comportamento lhe conseguirá trazer paz e segurança. Além disto, ajuda a diminuir a ansiedade e auxilia no networking.

2.

Crie momentos para si e alivie a tensão

Perder o emprego é sem dúvida uma situação deveras preocupante. No entanto, há que encontrar momentos em que seja capaz de aliviar a tensão que se vai acumulando no seu corpo e mente.

Só desta forma irá conseguir manter-se focado na procura por um emprego melhor e cujas condições vão ao seu encontro. Por isso já sabe, inclua hobbies ou até uma atividade física de que goste.

3.

Organize a sua rotina

Quando organizamos e planeamos a nossa rotina diária, sentimo-nos automaticamente seguros, tranquilos e confiantes. Todas estas sensações são cruciais na procura pelo seu novo emprego.

Se for necessário, pode optar por utilizar uma agenda em papel para anotar tudo aquilo que tem que fazer, os locais onde vai e os assuntos importantes que não pode esquecer.

4.

Mantenha-se constantemente atualizado

Ficar desempregado pode afetar de forma negativa a nossa autoconfiança e autoestima. Para evitar que isso aconteça, o ideal é ir estudando e manter-se atualizado das tendências do mercado de trabalho, sobretudo da sua área.

Mantenha-se ativo no LinkedIn e visite alguns sites que possam ser interessantes e que sejam constantemente atualizados com informação nova. O importante é mostrar ao recrutador que está disponível para aprender e que tem essa capacidade de aprendizagem apurada.

Fazer cursos gratuitos disponíveis na internet também pode ser uma ótima forma de demonstrar que tem sede de conhecimento.

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