Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
08 Abr, 2024 - 07:43

Emprego: qual a relação entre redes sociais e recrutamento?

Catarina Milheiro

Redes sociais e recrutamento: será que influenciam ou não no processo de seleção? Vamos analisar, fique connosco.

Já refletiu sobre a influência que as redes sociais podem ter no recrutamento? A verdade é que à medida que estas desempenham um papel cada vez mais importante no dia-a-dia da sociedade moderna, também os profissionais começam a reparar nestes meios.

Provavelmente já encontrou diversos anúncios de ofertas de emprego através das várias redes sociais – LinkedIn, Facebook, Instagram ou até mesmo do TikTok.

Isto acontece porque os profissionais de Recursos Humanos começam a olhar para as redes sociais como uma janela fácil que os ajuda a encontrar o perfil ideal para um novo desafio.

Mas será que este comportamento e a presença nas redes sociais com perfis públicos beneficia os candidatos? Podemos ser prejudicados por aquilo que publicamos diariamente? Saiba tudo.

Redes sociais e recrutamento: qual a relação entre eles?

Todos nós a certa altura do dia, utilizamos as redes sociais – seja para ver o que os nossos amigos andam a fazer, as viagens da família ou até para nos atualizarmos sobre diversos temas e áreas.

Mas as redes sociais são também o sítio da internet onde fazemos upload de vários tipos de conteúdo como fotografias, produtos que utilizamos, truques diários, música que ouvimos ou até vídeos de todo o tipo.

Por serem o local onde se criam tendências, juntam perfis digitais e se mantém o contacto de forma fácil com os outros, as redes sociais passam a ter também um papel nos processos de recrutamento.

Na verdade, mais de metade dos empregadores estão propensos a procurar potenciais colaboradores nas redes sociais antes de procederem à sua contratação. Assim, este pode ser um dos aspetos que pode afetar a decisão de entrevistar um candidato ou de lhe fazer uma oferta.

O que significa que, se para nós as redes sociais são um sítio onde acedemos rapidamente para sabermos mais informações sobre alguma empresa, negócio, pessoa ou produto, também os recrutadores as começam a utilizar com a finalidade de traçarem de imediato um perfil dos candidatos.

recrutamento e as redes sociais

De que forma as redes sociais podem afetar o processo de recrutamento?

Não há dúvidas de que a visualização prévia das nossas redes sociais por parte de um recrutador, pode afetar a sua decisão e, consequentemente, colocar-nos de fora do processo.

Mas por que motivo isto acontece? Por vezes o uso exacerbado das redes sociais faz com que as pessoas se acabem por expor demasiado de forma voluntária ou não. Ora, este tipo de comportamento (dependendo do conteúdo publicado) pode afetar o profissional no momento da seleção.

Numa fase em que parecem faltar oportunidades de emprego, as redes sociais podem influenciar e piorar toda a situação. E se para algumas empresas existe uma distinção muito marcada entre aquilo que é o candidato enquanto profissional e aquilo que é nas redes sociais, para outras não é bem assim.

Há ainda várias empresas que valorizam bastante a imagem passada pelos candidatos. Além disso, as pessoas que optam por fazer publicações onde demonstram o seu desagrado pelos processos de seleção que passaram ou escrevem indiretas, podem demonstrar uma personalidade rebelde.

Outros exemplos de que as redes sociais podem realmente influenciar os processos de recrutamento são ainda perfis que façam exposições partidárias ou que produzam conteúdo negativo em geral. Todos estes aspetos parecem afastar os recrutadores deste tipo de perfis e assim, excluí-los automaticamente antes sequer de uma entrevista.

Como aproveitar as redes sociais para potenciar os processos de recrutamento?

É crucial evitar alguns erros cometidos com frequências nas diferentes redes sociais a fim de evitar ser colocado de parte de um processo de recrutamento.

No LinkedIn

Trata-se de uma das principais redes profissionais da atualidade. Como tal, dedica-se ao networking e fomenta o contacto entre pessoas de áreas e funções diferentes. É aqui que muitos empregadores analisam os candidatos para conseguirem uma primeira impressão.

No entanto, há alguns cuidados a ter:

  • Faça contributos construtivos, através de publicações ou interações noutros posts;
  • Use o seu perfil para destacar as suas conquistas e responsabilidades na carreira;
  • Peça feedback e recomendações a colegas e chefes anteriores.

No Facebook e no Instagram

Estas duas redes sociais são, por norma, um pouco mais pessoais. Por isso mesmo, há também alguns cuidados a ter para que não sejamos prejudicados antes de uma entrevista sequer. Tome nota:

  • Garanta que os seus perfis não estão acessíveis a todas as pessoas – torne-os privados;
  • Veja o que cada pessoa pode observar na sua página não sendo seu amigo ou seguidor;
  • Certifique-se de manter as suas tags privadas;
  • Caso opte por ter um perfil público, não publique nada que o empregador não gostasse de ver (como indiretas, discursos de ódio ou exposição de ideais políticos, por exemplo).

No TikTok

Atualmente temos vindo a observar que esta rede ganha cada vez mais força entre as várias faixas etárias. Neste caso, o melhor é ter o seu perfil privado (tal como nas outras redes sociais como o Facebook e o Instagram).

Contudo, sabemos que há vários utilizadores que aproveitam o TikTok para promoverem os seus negócios ou ideias de conteúdo que mais tarde se tornam virais. E, nesses casos o perfil deve estar público.

Por isso, se optar por manter o seu perfil público o importante é não publicar nada que o possa prejudicar em termos de trabalho. Ideias de Do It Yourself, conteúdo informativo sobre as tendências da sua área, truques e dicas diversos podem ser excelentes exemplos do que pode conter na sua página sem qualquer tipo de problema.

No Twitter

Para quem trabalha em marketing digital ou em comunicação, a presença assídua no Twitter pode ser uma vantagem quando o assunto é o recrutamento.

Ou seja, envolver-se em debates online relacionados com a sua área podem ajudá-lo a demonstrar que tem competências e capacidades para um determinado cargo.

Por outro lado, o uso do Twitter a nível pessoal pode não ser uma boa alavanca. Isto porque nesta rede social, facilmente nos deixamos levar pelos debates e comentários sobre os temas atuais. E, muitas vezes, podemos fazer afirmações menos positivas sem sequer nos apercebermos que podem vir a prejudicar-nos bastante.

Por isso, já sabe. Tenha sempre cuidado com aquilo que posta em cada rede social – principalmente naquelas em que tem o seu perfil público.

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