Não, não são apenas os veículos movidos a eletricidade que costumam apresentar problemas elétricos. Pelo simples facto de terem uma bateria, todos os carros são suscetíveis a tê-los. No entanto, alguns são mais comuns do que outros.
Todos os automóveis, sem exceção, precisam de uma componente elétrica para funcionarem. Só para se ter uma noção, a parte elétrica dos carros tem responsabilidades como o arranque do motor ou a iluminação, indispensável para se conduzir em situações de fraca visibilidade.
Nos modelos mais recentes, o comandar das janelas laterais e até da injeção de combustível, entre outras coisas, é determinado pelo sistema elétrico da viatura.
Ou seja, uma vez que tem várias componentes elétricas, qualquer veículo é suscetível a ter vários problemas elétricos. Para os evitar, recomenda-se, antes de mais, fazer manutenções ou revisões com alguma periodicidade. Afinal, a melhor forma de evitar aborrecimentos é prevenindo-os.
Alguns componentes poderão exigir um cuidado extra e sabe-se que mesmo com todo o zelo possível, às vezes é impossível evitar problemas elétricos. É que a maior parte das peças ou componentes automóveis têm um um prazo de validade. Ainda assim, há alguns problemas elétricos que são mais comuns do que os outros.
Problemas elétricos mais comuns nos carros
Bateria
Uma vez que se está a falar de problemas elétricos, em primeiro lugar, como não poderia deixar de ser, aparece a bateria. Esta componente é a responsável por armazenar a energia do carro. Portanto, constatando o óbvio, se esta não está carregada, o veículo não vai sequer ligar.
É relativamente fácil identificar problemas na bateria. Se o veículo não “pega”, então provavelmente a bateria está descarregada. Se estiver gasta, pode simplesmente ter deixado uma das luzes internas do veículo ligada, ou ter deixado o carro demasiado tempo parado. Tenha no entanto em atenção que nesta última situação costuma demorar mais de um mês até a bateria ficar completamente descarregada.
Se, por outro lado, não foi nenhuma das situações anteriores, pode, à mesma, o problema residir na bateria. A vida útil de uma bateria normal de um veículo não costuma ser inferior a cinco anos, podendo estender-se, dependendo dos modelos, até aos dez. Portanto, se está perto do fim do prazo, ou já o ultrapassou, então considere trocá-la.
Para aumentar a longevidade da mesma, evite ter o carro parado durante muito tempo. Estudos indicam que uma mera condução de 10 a 15 minutos por dia é o suficiente para mantê-la saudável. Ou seja, basta dar uma pequena volta por dia para evitar complicações, principalmente durante inverno quando as baterias têm tendência a “gripar”.
Alternador
Já alguma vez se perguntou porque é que uma bateria descarregada, não volta a ir abaixo depois de ligar o motor? Esta é a componente que recarrega a bateria.
Pela sua importância, e ligação com a bateria, entre os especialistas há um quase consenso de que se há problemas elétricos no carro, é quase certo que é da bateria, ou… do alternador.
O alternador tem a função de transformar a energia mecânica em elétrica através de uma correia. Ou seja, é ele que alimenta a bateria e isso acontece sempre que o veículo se move.
Quando há algum problema com o alternador, costuma acender o sinal da bateria. Quando isso acontece, deve urgentemente de fazer uma inspeção técnica ao veículo.
Para evitar complicações desnecessária, aconselha-se evitar o contacto com a água e não esticar demasiado a correia quando estiver a fazer inspeções em casa.
Cabos e polos das baterias
Às vezes os problemas têm razões e soluções simples. Este é esse caso. Pode ser algo tão simples como um cabo solto. Verifique se os cabos e os polos da bateria estão bem apertados. Vibrações normalmente consideradas insignificantes, como subir rampas ou conduzir em estradas em paralelo, podem soltar as ligações se as mesmas não tiverem sido bem feitas ou apertadas.
Por essa mesma razão, aconselha-se que, sempre que se estiver a fazer a manutenção, se verifique se os cabos e os polos estão bem apertados. É rápido e pode evitar dissabores.
Motor de arranque
Recorrendo ao uso da eletricidade, este componente efetua os primeiros movimentos do motor de combustão, sendo só necessário nesta altura, desligando-se imediatamente a seguir. No entanto, para o correto funcionamento, necessita de bastante força para iniciar o movimento e assim realizar o tempo de compressão.
Curiosamente, o motor de arranque tem o papel exatamente oposto ao do alternador, mas é também uma das componentes elétricas que costuma provocar mais dores de cabeça. O objetivo desta peça é transformar a energia elétrica, proveniente da bateria, em energia cinética, capaz de arrancar o veículo.
Como tal, se tem problemas elétricos, é possível que a razão dos males esteja neste componente. Para perceber se é efetivamente o caso, basta tentar ligar o veículo. Se for necessário dar à chave mais do que uma vez, então provavelmente encontrou a causa. Em alternativa, pode também verificar se ouve um zumbido ao arrancar.
Para precaver o mau funcionamento do motor de arranque, evite rodar a chave de ignição durante muito tempo no arranque ou insistir quando o motor já estiver a trabalhar.
O motor de arranque costuma ter um ciclo de vida de 100 mil quilómetros. Se ultrapassou essa distância, então está na altura de o trocar.
Injeção eletrónica
Todos os veículos posteriores à década de 1990 muito provavelmente terão injeção eletrónica. Isso significa que têm um pequeno computador capaz de perceber se é necessário ou não injetar mais combustível para o carro continuar a circular à mesma velocidade. Salienta-se que este avanço na tecnologia permitiu poupar bastante em combustível.
No entanto, uma vez que para funcionar necessita da dita eletricidade, o sistema de injeção eletrónica também pode dar dores de cabeça. Esta componente recorre a sensores para perceber se é necessário injetar combustível. Uma vez que está interligada aos injetores, se o combustível escolhido for de má qualidade, também a parte elétrica será afetada.
Normalmente, quando há um problema na injeção eletrónica, o veículo costuma “engasgar-se” em marcha lenta ou ter consumos invulgarmente altos. Também poderá notar problemas diversos no motor. Portanto, se a luz do motor acender, então muito provavelmente o problema está no sistema de injeção. Recomenda-se, nestes casos, dirigir-se a um especialista e evitar tentar solucionar este imbróglio em casa.
Sistema de iluminação
O sistema de iluminação é composto pelos faróis mínimos, médios, máximos, às vezes de nevoeiro, assim como as luzes de travão e os piscas.
Portanto, se quer evitar idas ao mecânico, o melhor é fazer a manutenção regular e evitar ligar o veículo com a luzes ligadas, uma vez que a força elétrica para acionar o motor é bastante elevada e, se ligadas, poderá fundir os faróis.
Velas de ignição
Para terminar, se nenhum dos casos anterior parece ser o problema, então poderá encontrar a razão das suas dores de cabeça aqui. As velas de ignição têm a função de criar uma faísca na câmara de combustão, com capacidade suficiente para incendiar a mistura de ar com combustível.
Para receberem a eletricidade necessária para o seu bom funcionamento, têm de estar ligadas a uma bobina de ignição através dos cabos das velas.
Caso não funcionem corretamente, a mistura de ar com combustível vai ser deficiente, podendo prejudicar o motor e aumentar consideravelmente o consumo de combustível. Para evitar danos, deve ter cuidado em não encharcá-las.