Pedro Andersson
Pedro Andersson
09 Dez, 2022 - 09:40

Como usar bem o seu subsídio de Natal?

Pedro Andersson

Há várias formas de usar o seu dinheiro de forma inteligente. Estas são algumas sugestões.

Como usar subsídio de Natal

Quando ler este artigo, já recebeu o seu subsídio de Natal. Para a maior parte das famílias, isso significa um rendimento extra em dezembro de cerca de 1.500, 2.000 ou 3.000 euros, conforme os rendimentos de cada família.

Sei que para muitos, os subsídios de Natal, de férias e o reembolso do IRS são os balões de oxigénio financeiro que ajudam manter as finanças da família à tona de água. Mas este ano é ainda mais importante a forma como vai usar esse dinheiro. Talvez tenha de fazer escolhas ainda mais difíceis desta vez.

Reveja o seu orçamento mensal

Não é novidade para si que vêm aí tempos muito difíceis. A inflação e o aumento da Euribor está a sufocar milhares de famílias.

Independentemente da sua situação, vou dar-lhe algumas sugestões sobre como pode utilizar da forma mais inteligente o seu subsídio de Natal ou eventuais rendimentos extra no final deste ano ou início do próximo (algumas empresas pagam prémios de desempenho, por exemplo).

Em primeiro lugar, embora pareça óbvio, pague as suas contas normais. Nunca deixe contas por pagar. Entre comprar prendas e jantar fora com a família, amigos e colegas de trabalho, a escolha pode ser difícil, mas é necessária. Não tenha vergonha, se precisar recusar alguns convites. Podem achar estranho, mas quem tem de pagar as contas é você não são os outros.

De seguida, a prioridade é amortizar todos os créditos que tenham juros altos (cartões de crédito, pessoal ou automóvel). Amortize o máximo que puder. Enquanto estiver a pagar prestações de créditos nunca terá sossego financeiro. Se conseguir pegar em parte (substancial) do subsídio de Natal e, por exemplo, abater 1.000 ou 1.500 euros de um crédito com juros de 8, 9 ou 10% (ou mais) vai estar a aumentar-se a si próprio na mesma proporção e fica mais livre para suportar os outros aumentos de coisas essenciais que não pode dispensar.

Depois de pagar todas as suas dívidas, reforce o seu fundo de emergência. São 6 a 12 meses de todas as suas despesas mensais. É absolutamente essencial para lidar com os imprevistos que vai ter. Este passo é esquecido por muitos portugueses. Fixe este ponto: sem ter um fundo de emergência completo, nunca conseguirá na sua vida inteira pôr as suas contas em ordem. Se nunca o fez, comece agora! Hoje!

Depois de ter o seu fundo de emergência completo, comece a investir o seu dinheiro: Certificados de Aforro, se tem aversão ao fisco; num fundo PPR, se estiver na disposição de arriscar um pouco a longo prazo.

Se for dos mais corajosos, subscreva e vá reforçando um ETF SP500 ( pesquise no Google). Mais tarde, quando tiver mais literacia financeira, poderá eventualmente avançar para outro tipo de ferramentas financeiras, começando a diversificar os seus investimentos.

Também pode investir em obras em sua casa, relacionadas com eficiência energética, como substituir as janelas ou instalar um painel solar. Faz maravilhas na sua fatura de eletricidade ou gás. Ao investir em obras, estará a poupar a longo prazo embora inicialmente isso lhe pareça um custo.

Como vê, há várias formas de usar o seu dinheiro de forma inteligente. Reveja a forma como tem gasto o seu dinheiro. Claro que pode gastar o seu dinheiro em prendas para si e para os outros e da forma como muito bem entender. Você é que manda no seu dinheiro…

Fazer opções -por muito que nos custe – faz parte da vida. E há alturas em que podemos fazer escolhas inteligentes e prudentes… ou não. Não se esqueça de que não estamos a viver tempos normais.

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