Catarina Reis
Catarina Reis
16 Jan, 2023 - 11:30

Os maiores desafios dos recursos humanos em 2023

Catarina Reis

Fique a conhecer alguns dos maiores desafios dos recursos humanos neste momento e que impacto teve a evolução do mercado de trabalho nesta questão.

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Os desafios dos recursos humanos têm sido muitos e não têm parado nos últimos anos, pois esta área teve que acompanhar a evolução do mercado de trabalho. Que por sua vez não tem parado de evoluir. 

Como fatores decisivos para isso podemos enumerar a emergência de muitos novos empregos, o impacto de uma pandemia no mercado de trabalho, ou ainda a crescente globalização do trabalho híbrido.

Desafios dos recursos humanos são crescentes

A era digital veio trazer ainda mais complexidade à questão dos crescentes desafios dos recursos humanos nas empresas. 

O surgimento de novas questões como mudanças nas expectativas, as interrupções económicas globais ou a expansão da cultura de trabalho híbrido trocaram as voltas aos recursos humanos no passado recente.

Depois de um ano de 2022 que se pode caracterizar como um período de transformação, em que as empresas se viram forçadas a experimentar processos de adaptação, com várias circunstâncias imprevisíveis que assim o determinaram, como é o caso da guerra na Ucrânia. 

Além disso, a tendência atual aponta para uma expansão dos modelos de trabalho híbrido, o que cria todo um novo paradigma com o qual as empresas têm que lidar, caso queiram ter a oportunidade de recrutar e reter mais e melhor talento para os seus quadros.

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Um dos principais desafios dos recursos humanos em 2022 passou necessariamente pela questão de atrair e reter talentos

E em 2023? De que forma nos podemos nos precaver para enfrentar todos os desafios que aí vêm?

É verdade que ninguém consegue prever o futuro próximo, uma vez que os tempos são de grande incerteza e instabilidade. No entanto, eis as pistas que 2022 nos deram para podermos enumerar os maiores desafios dos recursos humanos em 2023.

1

Escassez de talento

Um dos desafios dos recursos humanos é resolver a escassez de talentos. 

O trabalhador está no centro do processo de contratação – são as empresas que têm que correr atrás dos talentos e não o contrário.

Pensa-se que o mercado de trabalho vai continuar a ter como ator principal o candidato e não a empresa. Isto significa que são os candidatos que têm de ser atraídos pelas empresas e estas têm de saber como ser uma proposta irrecusável.

Longe vão os tempos em que o valor de um salário era tudo quanto bastasse para as empresas atraírem os talentos. 

É certo que a subida da inflação e o aumento do custo de vida contribui para que essa questão volte a ter um papel importante, mas na verdade o que realmente faz a diferença para os trabalhadores é aquilo que se define por um pacote personalizado.

Esse pacote vai muito além do salário e dos restantes benefícios monetários – é todo um conjunto de condições que dão flexibilidade ao trabalhador, e no qual se demonstra um cuidado com as prioridades e preferências pessoais de cada um, tal como falamos no próximo ponto.

2

Ir ao encontro das expectativas dos trabalhadores

Há que reconhecer que as expetativas dos trabalhadores se alteraram drasticamente no passado recente. 

Os trabalhadores atualmente procuram empresas que privilegiam os seguintes fatores:

  • As pessoas estão em primeiro lugar. A empresa dá atenção individual aos seus trabalhadores tendo em conta as suas circunstâncias pessoais e profissionais;
  • Flexibilidade: um horário igual para todos é uma ideia algo ultrapassada. Os trabalhadores procuram horários flexíveis e benefícios que vão ao encontro do seu estilo de vida;
  • Um mesmo propósito: os trabalhadores procuram cada vez mais empresas com as quais se identificam, em termos de ética, valores e política;
  • Privilégio do bem-estar, visto que os trabalhadores procuram empresas que adotem uma abordagem que privilegie a boa saúde mental, física e emocional.
3

Negociação de novos benefícios trazidos pelos modelos de trabalho híbrido

Quando chega o momento de negociar as condições a oferecer ao trabalhador, há uma que já é considerada fundamental – os dias de ida ao escritório. A somar a questões importantes como o apoio à infância, um bom seguro de saúde ou planos de progressão na carreira, há a considerar o horário casa versus escritório. 

Em 2023 as empresas não deverão ficar espantadas se alguns trabalhadores recusarem uma determinada proposta de emprego com base nesta questão. 

4

Relação entre patrão e empregado baseada na proximidade

Outra mudança de paradigma reside no facto de os trabalhadores terem a necessidade de estabelecerem uma relação de proximidade e confiança com as entidades patronais. 

O modelo de gestão emocional entre patrão e trabalhador baseado numa relação de distanciamento é coisa do passado. Hoje, os trabalhadores sentem-se muito mais integrados se essa relação for estabelecida numa base de empatia e autenticidade.

Os modelos de trabalho híbridos naturalmente colocam desafios inteiramente novos relativamente a esta questão da proximidade entre entidade patronal e trabalhador. 

Sendo assim, torna-se fundamental que em 2023 se encontrem formas de suprimir a distância física imposta pelo trabalho remoto, recorrendo a diversas estratégias para fomentar essa proximidade.

Essas estratégias poderão passar por demonstrar confiança, estabelecendo ​​compromissos mútuos, combinando encontros frequentes, mesmo que virtuais, evitando sempre que possível o contacto por escrito.

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